Após paralisação, trabalhadores pressionam por mudança nas negociações trabalhistas
Thais Dias
Cerca de 300 trabalhadores que atuam na construção de um alojamento do Projeto Sucuriú, da empresa Arauco, às margens da MS-320, em Inocência, decidiram suspender as obras, ontem (4) em protesto contra a falta de garantias trabalhistas. Os funcionários, contratados pela empreiteira Opus Construtech, terceirizada da Arauco, reclamam da ausência de benefícios como passagens pagas a cada 60 dias para visitar suas famílias, participação nos lucros, pagamento de horas extras e salários dignos – direitos que já são garantidos a outros trabalhadores do mesmo projeto.
Os operários, que atualmente são representados pela Fetricom (Federação dos Trabalhadores na Construção Civil e do Mobiliário e Montagem Industrial), decidiram em assembleia que querem passar a ser representados pelo Sintiespav-MS (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil Pesada). Eles alegam que a Fetricom não tem poder para negociar em nome deles, já que a federação atua no apoio a sindicatos, e não diretamente na defesa dos trabalhadores. O Sintiespav, que já tem acordos com outras empresas do projeto, esteve no local para ouvir as reivindicações e, em votação unânime, os operários aprovaram a troca de representação.
O sindicato já começou as negociações com a Opus Construtech para oficializar a mudança. Enquanto isso, os trabalhadores seguem parados, aguardando uma resposta. Eles afirmam que só voltarão às atividades depois que a nova representação for aceita. Nesta quinta-feira (5), uma nova reunião está marcada para discutir o assunto.